sexta-feira, 21 de maio de 2010

Lá vai meu menino crescendo...

Eu agachada caçando a voz de Elis para incrementar uma noite gostosa de chuva de sábado, depois da tardia cochilada repousar-me os músculos, ambas na companhia dele. “Duríssimas” tarefas às quais não me perdôo recusar, já que atrás, em certas noites sob tempo de luz fosca e raras frestas do mais nobre metal estive submissa a meia escuridão.

Eis que para não mergulhar num mar sombrio poluído pela consciência dos homens levei um tal sol dentro de mim. Tão perto que dentro. A mim se manifestou de tantas em tantas lágrimas, com contas de quantas palavras, em súbitas íngremes subidas calçadas por pedras; ao menor redor de mim notara abundante formosura rochosa.

O céu da noite claro por seus holofotes me roubando desejo veemente por tão auto-suficiente, todavia egoísta. Tendo longe o sol do céu que não por hora presencio mas onde meu peito é morada, daqui tão dentro e tão perto meu sol com fiozinhos dourados tingidos pela luz mor que ilustrou nosso caminho em telemetria ao seu interior, minha lanterna de curto intenso alcance, em vigília concentrada. Meus pés, meus passos, as rochas...

Temporalmente sol mais grande, amor maior, vista mais larga e o sorriso do vento gostoso em meu rosto soprando boas novas desde o Vale mais valoroso que nos invadiu na última virada, encapando frenéticas sensações. Ainda só sensação...

Depois me veio uma Pessoa de graça João e deu dimensão de que tudo é um tanto que queremos ter; e que podemos. Ainda sensação...

Fui lá em Mãe Luiza que me receitou brisa, natureza e ser.Senti animais dentro de mim. Mas só senti...

Nessa hora voltei à noite gostosa de chuva do sábado. Despedi das companhias que certas noites me trazem e entrei no desvendar desse micro-ciclo, apreciando o brilhante aprendiz na arte de iluminar. Sinto nossas mãos dadas neste vale claro de noite a me invadir de tão alto apreço que um infinito claro dia.

Sem ti... Sem tu sol meu, lá de baixo antes de oferecer à tinta da caneta, mamei inspiração da tua arte de trazer consigo o imaginar, por vezes sanada pela desconfiança. O que tanto me olha, minha mãe? Nada; sorrindo respondo. Mas o que está fazendo? Hummm... Produzindo. Você está fazendo um filho?! Ainda rindo, confirmei que não.

Estive enganada, meu Pólen, estou parindo. Parindo emoção a todo tempo e dou à luz emoção que ela produz em mim.

Lá vai meu menino crescendo...

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. "O que tanto me olha, minha mãe?"
    - estou apenas admirando o filho maravilhoso que tenho.

    beijos pros dois
    Camarão

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