terça-feira, 21 de maio de 2013

as cores do sol



Há uma mancha em minha raça. Branca.
Corre em mim a cor da minha gente. Vermelha.
Já não sei de onde venho. Sou a miscigenação.

Eu sou parda
cor de três raças
dor de tantos irmãos

Eu sou o chão onde todo mundo pisa. O chão que chora de lamento ou emoção.

O recôncavo me pariu. Mandou sua filha para São Salvador que abençoou.

Meus pés gostam do barro do sertão. Minh’alma canta tão profunda quanto a terra seca.

Fui potiguar e da Ponta do Seixas me apontou a mãe África.

Corri trecho e meu coração preto voltou às senzalas onde servi com o mesmo amor que me entreguei ao homem índio, ao homem negro...

Hoje eu Rio...

Neste corpo carrego um tanto da alma que o universo assobia. Ora sou energia, ora posso tocar.

Eu sou um país onde a união se faz possível, onde o encontro é motivo de abraço.
Em meu lugar está ancorado um negreiro. Na proa tento a alquimia do amor. Transformar meu sangue em lágrimas que foram suor e já passou...
Aqui tento esquecer a dor que eu mesma causei, secar a ferida que abri...

Pois já não tenho para onde ir e o sol me diz que a chuva lhe contou, numa noite de lua crescente como esta, que é hora de se arrepender, de chorar, pedir e perdoar... 

É hora de entender que somos todos um só amor, um só valor. Peças de um quebra-cabeça que cansou de desmontar. Vamos uni-las e construir um dia mais bonito para todos que somos nós.

Não é utopia, nem demagogia, é união. Sinto aqui em mim essa missão. 

Fácil?? Não. Simples?? Eu vivo. É a minha missão. Acredito, e a cada dia cumpro uma etapa com amor, muita disciplina e fé. 

Com o sol que nasce, todos os dias sinto uma nova luz.

O amor convida para uma grande festa. É de graça e tem muita graça. 

E como é bom dançar!!!


quarta-feira, 15 de maio de 2013

a viagem

entre um conflito e outro
a vida me abre um sorriso

nessa hora me perco...

volto melhor,
mais leve
e feliz


foto: luizgeremias.blogspot.com