sábado, 20 de novembro de 2010

Funil

É um mundo tentando escorregar em meu funil

E quando toco à tinta o papel

Seus elementos excitam por matéria

É pra ficar bunito

Pra se enfeitar de mim

Ora mundo... Tu és enxurrada

E eu só batalha de dedo e fronte

Não me conte tanto.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

12/10/2010

Jogo decisivo do Bahia que pode levar o time à primeira divisão do campeonato brasileiro, se não me falhe o futebol. O som da rua diz “vamos subir, esquadrão!”.


Eu e Téu aqui no quarto compartilhando do momento em seus deveres de casa das aulas de música. “Diz pra eu ficar mudo faz cara de mistério...”. O som do seu violão é único em uma peculiaridade encantadora para a coruja que se enfesta da noite gabando o toco. “Longe do meu domínio, ‘cê’ vai de mal a pior...”. Já canto pausas quando as recordo ou acompanho no rádio. Agora, para mim, outras canções. Canções novas. “O que você precisa é de um retoque total...”. Se careço... Ter esse retoque total de cada dia, a cada dia porvir. Aprender a aprender em idades de metabolismos lentos, tão difíceis de se retocar por dentro.

“O que ilumina é a cabeça, cumade!” Sobre costumes tão iguais e ociosos, ele retruca. Concordo que corpo responde ao comando, Téu meu. Ilumino com sua capacidade de meia idade e inteiro dispor de viver aceleradamente em teu cenário, contrário a ti. Canta, pedala, viaja, cozinha, veleja.

Goza o menino descanso de árdua jornada nada de corpo. Nasce da mente ao menino levado, que bem educado à mentora responde, com palavras que me tocam tanto quanto aquelas canções.

E assim vivem em harmonia de tocador e viola, afinados em si, convidando para uma dança.

Dançam meus braços sobre pernas sentadas. Cruzadas. Coração de pouco peso, cabeça repousando no mundo... Mundo convidando viver.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Silêncio.



Os homens falam, e falam, e falam, e falam...

Sugerem o desespero de um dia calar

Tudo o que vêem, sentem, ouvem... Lançam a falar

Ora sem preparo, sem reparo. Incoerente

Sem ciência do poder apaixona , magoa, ama e decepciona


Verbo ponte e a voz seu percurso

Palavra itinerante e o sentido seu curso

Palavra é rebanho no mundo

Amamentada e forte, perdura

Pré-matura à sorte, morre. Ou mata.


Minhas letras o querem, vento

Pobres meninas eufóricas...

Travam batalhas em aparecer


Vitrola já não canta música de ouvir

E eu vou ao mundo sem dizer.

Sábio sorri do Silêncio.


foto: Natureza França

Em João Pessoa o sol nasce em silêncio. E diz tanto...