É um mundo tentando escorregar em meu funil
E quando toco à tinta o papel
Seus elementos excitam por matéria
É pra ficar bunito
Pra se enfeitar de mim
Ora mundo... Tu és enxurrada
E eu só batalha de dedo e fronte
Não me conte tanto.
É um mundo tentando escorregar em meu funil
E quando toco à tinta o papel
Seus elementos excitam por matéria
É pra ficar bunito
Pra se enfeitar de mim
Ora mundo... Tu és enxurrada
E eu só batalha de dedo e fronte
Não me conte tanto.
Jogo decisivo do Bahia que pode levar o time à primeira divisão do campeonato brasileiro, se não me falhe o futebol. O som da rua diz “vamos subir, esquadrão!”.
Eu e Téu aqui no quarto compartilhando do momento em seus deveres de casa das aulas de música. “Diz pra eu ficar mudo faz cara de mistério...”. O som do seu violão é único em uma peculiaridade encantadora para a coruja que se enfesta da noite gabando o toco. “Longe do meu domínio, ‘cê’ vai de mal a pior...”. Já canto pausas quando as recordo ou acompanho no rádio. Agora, para mim, outras canções. Canções novas. “O que você precisa é de um retoque total...”. Se careço... Ter esse retoque total de cada dia, a cada dia porvir. Aprender a aprender em idades de metabolismos lentos, tão difíceis de se retocar por dentro.
“O que ilumina é a cabeça, cumade!” Sobre costumes tão iguais e ociosos, ele retruca. Concordo que corpo responde ao comando, Téu meu. Ilumino com sua capacidade de meia idade e inteiro dispor de viver aceleradamente em teu cenário, contrário a ti. Canta, pedala, viaja, cozinha, veleja.
Goza o menino descanso de árdua jornada nada de corpo. Nasce da mente ao menino levado, que bem educado à mentora responde, com palavras que me tocam tanto quanto aquelas canções.
E assim vivem em harmonia de tocador e viola, afinados em si, convidando para uma dança.
Dançam meus braços sobre pernas sentadas. Cruzadas. Coração de pouco peso, cabeça repousando no mundo... Mundo convidando viver.
Os homens falam, e falam, e falam, e falam...
Sugerem o desespero de um dia calar
Tudo o que vêem, sentem, ouvem... Lançam a falar
Ora sem preparo, sem reparo. Incoerente
Sem ciência do poder apaixona , magoa, ama e decepciona
Verbo ponte e a voz seu percurso
Palavra itinerante e o sentido seu curso
Palavra é rebanho no mundo
Amamentada e forte, perdura
Pré-matura à sorte, morre. Ou mata.
Minhas letras o querem, vento
Pobres meninas eufóricas...
Travam batalhas em aparecer
Vitrola já não canta música de ouvir
E eu vou ao mundo sem dizer.
Sábio sorri do Silêncio.
foto: Natureza França
Em João Pessoa o sol nasce em silêncio. E diz tanto...