Lua grande
Sol de longe
Saudade
Da mangueira podada...
Salvo seu tronco, banco
Quando menina era minha floresta sombria
Agora é terreiro aberto
Onde a lua chega exuberante e linda
E o sol faísca saudade da tarde
Meus pés no chão da terra
Minhas unhas sujas
Pretas
Plantas...
Agora envasadas
Terra prisioneira em planeta que leva seu nome
No quintal de Téu tem leira, mamoeiro e fogueira
Que a gente acende quando quer dançar
À noite lembrança do dia
Dos pássaros desabrigados no arrebol
Da pitangueira resistente
Das pitangas, sobreviventes da cimentança,
Brigando por um bico fino faminto
E os vasos, embaixo, clamando por mais uma semente
Que abrigada pela terra e banhada pela água
Brotará mais uma vida envasada e nutrida pelo planeta Doente
No quintal de Téu sobreviventes comungam a mesma dor
A mesma saudade
Diariamente