quinta-feira, 29 de novembro de 2012

música


O ventre de Pernambuco é um solo iluminado sob a lua fértil
de quem entregou um ser tão ao povo seu,
sertanejo ou não, retirante ou não,
entra dentro do país, o povo de seu Luiz

(...)
A mesma mão que cava o solo
ataca o couro do morto animal

(...)
Mão que lavra a terra invoca o som de dentro dela
vem dela a música em mim
de lá para dentro de mim

A mão que toca o chão, toca bongo, toca eu
é uma surra de não sei parar
mãe bate, e bate com amor

(...)
Na terra mãe, a lua toca o sol de manhã
o sol toca o solo
o solo sou eu

Terra que dança dentro de mim.


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

deixe a paz chegar...

Até que encontre dentro de si a paz, palavras, pessoas, músicas, noites... Serão marés.
Todo o frenesi é temporário. Permanece o Eu, o imaterial, a companhia incondicional.

Quando o ego se deita junto com os afagos ilusórios, o Eu acorda. 
E não importa por quanto tempo esteve esquecido, Ele demanda sua respectiva atenção.

As manhãs serão lindas e serenas, perfeitas para refletir sobre a noite que passou e recomeçar de onde a luz do sol e o canto dos pássaros lhe permitam ver e ouvir.

O maior valor da vida que pode existir está dentro de você. Mas somente o silêncio, sem busca ou angústia, lhe permite saber.

E quando encontrar essa paz, segurança e plenitude, não contará para ninguém e todos saberão, saberão mesmo assim.

Humildade é sabedoria que alcançamos quando deixamos o silêncio falar.

Deixe a Paz chegar...

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O dom.

Prevendo a falta que faria, tentou evitar sua companhia
Ignorou os primeiros sinais de afeto. Olhares discretos ignorou
No persistir a firmeza foi vã. Cedeu.

Mania, essa de amar e amar
Mania de escutar na pele a cor da energia e se entregar
Mania de abrir as portas ao que não se sabe
Mania de tanta obediência
Mania de doar.

Ainda bem que não chora mais
No silêncio da maresia já sente o sopro da brisa leve
Na beira da maré o seu sorriso faz fluir felicidade
E deixa passar ao coração, amor e solidão. Ambos irmãos.

Longe daquele, com carinho, o universo diz mais uma vez
Que o caminho foi feito sob medida para este eu doador
Que dor a dor é dó e ardor
Mas não se cansa de doar
Pois é seu dom: O Amor.



sexta-feira, 16 de novembro de 2012

terça-feira, 13 de novembro de 2012

eu vou

viver no rio
entre o mar e a montanha
no quintal da floresta
me banhar de baía
iá iá iá

protegido pelo cristo
leve no alto
eleve nos braços
seu filho redentor
eu vou eu vou


quarta-feira, 7 de novembro de 2012

só riso

so
sorri
sorriso


só ri
só riso

só isso.

Luna


Ela gosta de ficar solta no chão... Como nós, pequenas na varanda, no quintal, no sertão...

Sua inspiração é no céu, onde por vezes está cheia. Noutras fases nem se mostra para a Terra, planeta que te sombreia.

Entre a Terra e o Sol está ela, aquela que rege a maré e a plantação na orquestra divina da fertilidade.

O nosso satélite é natural daqui de baixo. Materializada por um ventre sereno que tanto sonhou com este momento abençoado pelo Pai maior. Consolidado por seu amor.

Hoje, é a alegria de nós todos e não poderia deixar de ser, pois é sua a própria alegria.

O sorriso da nossa lua é infindável, e carisma também. Nasce no rosto o brilho daquela de cima, num tanto igual. Quem a vive não se contém, sorri contigo também.

À beira de concluir a primeira translação, monossílabos nascem de sua fonética, fonte de novos nomes para aqueles que a amam.

Popo... Papa... Mãmãmãmãmã...

Pé, cabeça e umbigo... Já sabe onde é.

 O brilho que irradia a vida de um casal, de um lar... Dezenas de famílias o seu brilho a contemplar.

Meninos, meninas, amigos e dinda...

O sol se cala para nossa Luna brilhar.


É a Nuneca de Tiaaaaaaaaaaaaaaaa.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

medita

quando a cuca cutuca inquieta,
melhor amansar a menina.
medita...

rio-ser-tão

Choro como se carregasse aquele sol, aquela árida terra dentro de mim.
O Rio chove em minha escrita, no cheiro da planta que trago de lá.
Carrego a terra comigo, e vivo no mundo que é meu lugar.

morte fértil

A morte de uma planta fortalece o solo
suas mortas folhas nutrem o chão
agora mais fértil para as sementes vindouras.

Antes que a terra chame ao seu ventre
são mortas as cores diversas
de folhas que foram vivas.

Secas sob o olhar de cima,
sozinhas tornam à mãe
que bondosa acolhe, divina.

Água, luz e amor
fazem crescer a semente
E logo, novamente, brota o pão.








sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Grito Guarani Kaiowá


O "superior", desde sempre, chega e impõe, violenta, aprisiona, escraviza, extingue... 
Ao "inferior" faltam recursos para resistir.

Mas nós, aqui no Brasil, nós todos, frutos dessa mistura de nativos com invasores, de que lado ficamos? Aliás, quem somos?

Chega de se vender por títulos e bens materiais. Essa terra nunca foi e nunca vai ser nossa, povo de classe média e baixa. Estamos vendendo nosso céu e nosso chão para os "superiores" e só porque, nesta hora, a arma não está apontada para nossas cabeças, nos omitimos.

Chega de omissão, cada um se manifesta como pode. Os índios, de quem descendemos direta ou indiretamente, são brasileiros como, e antes de nós.

Anularam nossa língua, destroem nossa diversidade natural e dignidade e agora querem eliminar nossa brava gente pela rara coragem de morrer para salvar a honra do seu povo. 

Para preservar,vamos multiplicar, como possível, os Guarani Kaiowá. 

Chega!!!!!!!!!!!