terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Quando a vida me bate na cara

Recebo, grata, o ardor
assusto-me com o impacto
mão no rosto e cabeça baixa para gozar da dor
um tempo lá para me recompor
retorno sorriso ao lembrar de tudo o que sou
num passo passeio preciso na trilha ao sol
entranhada de luz, emprenhada de calor
e então mergulho a vida na piscina do amor.

A Decepção




Coração apertado pede abraço
torce para cuspir,
lacrimejar

Para fora somente letras
amaciar papel
confortar peito
peito cansado de chorar


peito aberto espera
recebe amor e dor



picota folhas manchadas
dobra duras linhas colores


e para frente
e para sempre


gozar demais
amar de menos
equilíbrio sereno



poeta clama sopro
vazio chama eco


e grita, grita ...


A surra, a perda...


...Decepção não mata amor
e amor não sai só.