terça-feira, 2 de dezembro de 2014

escola de dança

no universo de todos os corpos, o meu:
negro

corpos amedrontados em fileira, sobre a madeira
negra

retratam os corpos um ofício branco e preto

corpos estampados de cinza tomam a folha inteira;
corpos quase sem tinta

no meio da fila, quase no canto e sozinho
o meu corpo negro

pequenino a uma janela gigante sob a mira dos olhos do alto
cabeça cabisbaixa coroa o corpo
negro

no vão das paredes da academia eurocêntrica
estão colonizados e iludidos os corpos
negros

se vestem de uma dança estrangeira
cada vez mais distantes de sua dança verdadeira
e negra