no universo de todos os corpos, o meu:
negro
corpos amedrontados em fileira, sobre a madeira
negra
retratam os corpos um ofício branco e preto
corpos estampados de cinza tomam a folha inteira;
corpos quase sem tinta
no meio da fila, quase no canto e sozinho
o meu corpo negro
pequenino a uma janela gigante sob a mira dos olhos do alto
cabeça cabisbaixa coroa o corpo
negro
no vão das paredes da academia eurocêntrica
estão colonizados e iludidos os corpos
negros
se vestem de uma dança estrangeira
cada vez mais distantes de sua dança verdadeira
e negra