quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dança do Amor.

Uma agonia saltava da sua face tímida. Uma pela clara e serena em semblante recatado, ao mesmo tempo aflito. Segura sobre a dança do casal: Reservada, mais fácil ela não querer.

“É melhor primeiro o buquê ou a dança?” “Você acha que dessa forma fica melhor?” “Eu já liguei para todo mundo perguntando alguma coisa.” “Estou nervosa.”

Talvez tenham sido os momentos mais ansiosos de sua vida. Momentos gerados por ela, inspirada no amor daquele rapaz que se emocionou, como todos ali, como eu, que lhe tirei dos olhos três lágrimas contadas por ela, até neste momento esteve aflita: Devo rir ou chorar?

Pouco importa. Estava linda, como eu, talvez ninguém, imaginasse. Porque não era somente maquiagem sobre o seu rosto leve, meigo e suave. Nem seus cabelos cacheados na medida certa. Era uma ela que estava lá dentro e saia naquele momento, para vivê-lo em todo o seu eu.

O seu eu esperava lá na frente, ao lado do padre, de frente para ela como todos ali. Bela. Bem cinderela. Uma noiva princesa.

E na dança, ele pediu sua honra. Escolheu um toque da sétima arte. Inovador. Falava de uma história de amor intensa que superou a matéria.

Tomou sua mulher e dançou, lançou o amor em coreografia. Ela cedeu com toda sua timidez. Ali, falava só a felicidade. Dançou com ele. Dançou mais. E mais...

Dançou o amor que nutrirá todos os dias de suas vidas. Dançou o amor da sabedoria de compreensão em todas as horas, concordando ou não. Dançou o amor da paixão que incendiará seus corações quando cansados.

Dançou o amor da vida.

Agora uma só.

sábado, 12 de novembro de 2011

cecília de bolso na cama

ontem descansei ao fim
na companhia de Cecília
repousei em tuas dores flores marés
a noite pairou sobre mim
traindo o dia atribulado
flutuando dormi...



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

dona miúda

"a delegada da ladeira"
da Misericórdia
de São Félix
de Cachoeira


enrolando charuto
na beira do paraguaçú
rio da minha terra
ruas da minha vó


de saudade e alegria
a menina chora

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

primeiro de novembro

vi


esquivei


toquei


saí


voltei


senti


tremi


estremeci


encontrei nos olhos


perdi nos braços


escorreguei na boca


acordei.

Velho Chico

Velho Chico cansado de guerra

Guerras banhou

Mães carregou nos braços

Levando teus filhos ao encontro do destino

Seco... Molhado...

Destino por desvendar


Velho Chico ainda menino

De ti contam bem

Palavras a boca não tem

E os olhos afogados num lago

Que não tem água doce, mas vem de ti



Vem de ti grande guerreiro

Vem de ti que vem de Minas

Minas de esperanças

De manos cansados como teu corpo



Chico carrega as mágoas daqueles que ficam

Banha a saudade dos que vão



Com todo respeito, seu Chico, estou muito emocionada com essa beleza e sabedoria no espelho detuas águas.

Grata por me abraçar em teu mar

Doce mar