quarta-feira, 22 de junho de 2011

beijo

exceto artístico e aleatório,

beijo é como braço de rio

sobe corrente

avexado

tomando oxigênio de cada vão que o leva

à boca

do mar

onde o limite do desejo

escorre prazer

e ao pôr do sol

pactos romperam

linha do horizonte


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Daniel Geisel. O amor que sonhei.

Há duas noites sonhei com Daniel Geisel. Ele era o homem que amo. Morava em uma casa de construção e mobília simples, e nos fundos tinha uma onça que descansava na gaiola. Como os pássaros na varanda do meu pai, outras onças vinham visitar o quintal. Daniel morava com seu pai. Na fronteira do seu quintal a floresta virgem emparedava nossas vistas e garantia que depois dali o homem era submisso à natureza.


Daniel tinha uma loja de bicicletas e também gostava de pedalar. Trabalhador... O carinho confortava-me nas horas ao seu lado, e o nosso amor era regado por sorriso e abraço. Amei e fui amada por Daniel Geisel. Em uma noite vivi feliz por nossas empatias naquele dia.


Ele é branco, cabelos curtos com algumas ondas sempre úmidas no teto. Usa um brinco de prata pequeno, uma bolinha brilhando na orelha esquerda, combinando com o brilho constante do teu sorriso. Estive apaixonada por Daniel e pela vida ao seu lado. Pacata. Longe do barulho de máquinas, movida pelos ciclos do pedal. Saudável, sadia... Amada em ida e vinda.


Acordei leve, fácil, feliz.


Daniel agora já estava longe dos meus olhos. Cá dentro era uma saudade boa, gostosa. Daqueles amores que estão longe e que sabemos, logo tornará.


Desde então não me sai da cabeça o menino como eu. E diante do mistério que circunda minha tranquila amorosa, Daniel Geisel é porto seguro de águas limpas e rasas.


Hoje um pensamento solto firmou que para estar ao meu lado o homem tem de ser mais,ter mais, ver mais do que todo o rebanho pode ler. A verdadeira imagem por detrás do quadro. Numa vida diferente, distante, avessa aos inquietos, rejeitada pelos modernos.


Vou esperar Daniel Geisel e toda grandeza que nosso mundo pequeno reserva. Se não mais sonhar, se não mais voltar, basta-me o sono e a companhia de um amor intocável, insaciável ao mundo real.


Tenho saudades, Daniel, meu amor.

sábado, 11 de junho de 2011

idade de luz

por juliana brandão


energia tinha 15 anos
estava na flor da mocidade
vestido de xita florido, sandália rasteira de couro, cabelos ao vento
faziam do seu visual um doce firmamento
caminhava pelas ruas com passadas decididas
energia desafiava o tempo, o tempo das minhas bisavós, o tempo em que as moças preferiam reluzir pouco, pouco por timidez e por obrigação. mas energia estava disposta a mudar aquela multidão.
reluzia, reluzia, reluzia
brilhava mais que a luz do dia
os assobios a acompanhava
e ela com certeza adorava
ahh!!! energia. eta, mocinha danada.