foto: facebook.com/BaianaSystem
Pulsa no ar da Bahia uma diferente energia...
Atabaques... Rum-pi-lezz... Wi-re-less...
É um sistema baiano universalizado e contemporâneo. É uma guitarra baiana sacramentada e atemporal.
O Axé que hoje, lá fora, chamam de lixo, não é o Axé que trepida
em nossos pés e coração, contando a história de nossas ruas, ladeiras,
dores e vielas. Axé que canta nossa
reinvenção em Fevereiro, de batucar na panela vazia e fazer alegria.
O Axé é energia e o carnaval seu palco. Bem como o frevo, o
samba e a dança Afro.
Axé é mais que sexo, violência e mulher no chão.
E foi isso o que eles me disseram na noite de ontem: O Axé é
a Bahia povoada de África com natureza Tupiniquim. Uma magia mestiça onde a
natureza da canção toca o coração.
E na Bahia, nossa dança é oração. Primeiro um tique no pé. Deus
já tomou o coração e o diabo, Deus me livre, os quadris.
Lenine, Letieres, Russo e Margareth... Seu Rufino e a fina
flor Bellas. Rumpilezz na pegada de Caldas. A Concha é folclórica.
Agradecemos ao vosso impulso, não como astros, mas
fomentadores de nossos valores culturais e nossa identidade artística. Gratos
pela ponte entre nós e a vitrine do mundo. Isso é Axé. Vocês são nosso Axé.
Tem um mundo de gente baiana que se esqueceu da gente. Um
tsunami musical devastou nossa Baía. Mas quem vem de África já sabe como é:
Quando o sol se vai, é tronco. Quando ele chega, negro de pé. Negro ainda é Samba, Capoeira
e Candomblé.
E sabe que a gente também quer...?
Botar o bloco na rua. Como querem as pérolas no centro da
concha... As pérolas que já foram areia vibrando lá do alto como nós, os
pequeninos grãos da Bahia.
Queremos essa música lá de trás. Rica no que somos.
Queremos blocos sem corda e ruas sem dor. Um Pelourinho sem
violência e escravidão.
Queremos salvar o carnaval do povo, o carnaval cultural que
foi pisoteado pelo capital.
Queremos nosso acesso e nosso ingresso direto, sem câmbio ou
cambista. Quem fiscaliza? Quem cuida de nosso direito à cultura? Quem faz valer
os artigos 215 e 216? Acredite! Nós sabemos. Nós queremos. Merecemos.
Queremos a cidade de luz e prazer, correndo atrás do trio.
Queremos um carnaval de iguais, um carnaval de paz. Sem
cordas, como os blocos de rua cariocas.
Todos na rua com confete e serpentina... E viva ao carnaval
de Recife e Olinda!
Porque a celebração da carne não é matança, é vibração incorporada
na matéria.
Carnaval é alegria e prazer.
Pulsa no ar da Bahia uma diferente energia...
Abra seu coração para receber nosso verdadeiro Axé!