terça-feira, 20 de outubro de 2009

TUDO NOVO


Tudo Novo

Como pode trancar uma porta que nem foi aberta?

Como pôde enxugar uma lágrima que ao menos caíra?

Volta sem ida

Castigo sem briga

Mágoa sem dor

Desamarre minhas mãos

Me deixa acariciar seu peito machucado

Prometo que não vai doer mais

Dê-me sua mão e vamos correr livres por areias claras

O horizonte é liso, mesmo as ondas sendo curvas

Eu mergulho no prazer de ter você

Deixe-me o trazer para a superfície

Deixa eu lhe ter sem limites

Só por hoje

O amanhã já passou, incerto como as mágoas

Incerto temer pelo que vem

Ou não vem?

Deixa eu te viver

Não vai doer

É tudo novo

Tudo novo


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

















Nti
Uirá
(uma doce amiga menina)

Texto e foto: Natureza França

Quero no seu perfil um "quem sou eu" autoral
E uma mola no fim do abismo

Te quero aqui mais perto dos que amam o amor
E não as ferramentas de tortura que o carregam em seus peitos sangrentos e sedentos de mais sangue

Te quero de frente pro mar
Quero ver quem é maior: Você ou o Sol
Abra os braços para o horizonte
Pássaro voa e faz ponte
Mas não aponte o dedo ao seu cantar
Ele magoa e fácil quebrar

Não é de vidro, é de pena
A duras penas quer se libertar
Não sabe ainda meu pássaro-menina
Tão bem cantar, tão bem voar

Tua essência seca à beira dos poros
Lhes fazendo respirar
Abram alas meus amigos
Carece de espaço meu pássaro

Cresce grande ave pequenina
Cresce devagar e chora a cada tombo
Mas levanta, dá-me as mãos, vou te acompanhar

Quanta graça de menina
Pelos braços asas voam
Pelos pêlos, pelos bicos
Sua arte é desvendar esse mistério

Nti Uirá Rá Rá
Nti Uirá Rá Rá















NATUREZA HÍBRIDO-LITERÁRIA
Texto: Natureza França
Foto: Natureza França
HIBRIDIZADA, INTERTEXTUALIZADA, RECICLADA. Inicio do meio pelo seu caminho.
Me encontrei no templo, no espaço, nas névoas,
num baile com Castro Alves que pediu o meu laço de fita.
Agora é noite, preciso levantar.
Ao meu lado um boemio cheio de vícios chamado Vinicius, e pela tarde que passamos em Itapuã seus vícios são naturalmente imorais.
Um suspiro e só restava eu, era eu sozinha para um dicionário inteiro. E ainda que falasse a língua dos homens, sem amor eu nada seria.
HIBRIDIZADA, INTERTEXTUALIZADA, RECICLADA. Concluo antes do fim porque a mim interessa que seja assim.
E se me peguntarem onde começa o meu verbo e onde começa o verbo do outro, lhe direi: Isso não existe, é tudo uma coisa só.
Direi que a moça que mora n'água não faz distinção de cor.
E direi da necessidade em levar a poesia de qualidade, hermética ou não, ao povo.
HIBRIDIZADA, INTERTEXTUALIZADA, RECICLADA. Tudo acima do meu jeito para invadir o seu e convidar a um passeio híbrido por ambientes lisos.
Sem fins ou princípios.
Ao mundo, por meu mundo, seja bem vindo!