Desde a “separação matrimonial” em 24 de abril de 2009... Aliás, desde antes dela, bem antes... Meu objetivo era dar toda atenção a Pólen para preencher as lacunas que ficariam vagas na ausência do seu pai.
O matriculei no vespertino para compartilharmos durante as manhãs suas tarefas de escola, minhas rotinas de trabalho e outras atividades mais formais. À noite escolhi o menor número de disciplinas na Faculdade para que ele não crescesse com uma identidade vaga ou com princípios flutuantes pela ausência de referências constantes.
2010 passou rápido como um trem bala e intenso como um furacão, que até então me desestabiliza vez em quando. Cacos naturais de mudanças à nova vida.
No segundo semestre ainda em 2010, depois de quase dez anos me vi obrigada a assinalar duas das minhas três principais responsabilidades: a mãe, a profissional, a aspirante em arte. Ambas me dão prazer inexplicáveis, mas as concretudes sociais, mais uma vez me afastaram dos estudos. Sem quaisquer remorsos pelo que ia, e sedenta de dar cabo às então prioridades, assim o fiz.
Neste primeiro semestre de 2011, mais uma vez ao matricular, escolhi apenas três dias de aula na semana para evitar congestionamento de afazeres e outro possível abandono da academia, ainda pregada na metodologia educacional da presença constante.
Porém ontem à noite dei conta de uma mudança que mexeu um pouco comigo. Sai de um evento mais cedo anunciando para o colega: Vou para casa ver minha criança!
(As aulas dele começaram a dois dias e criamos sua rotina de tarefas matinais e noturnas para que possa lidar com a diversão, aprendizado e obrigações harmoniosamente, mesmo quando eu não esteja em casa.)
Abri a porta da sala, guardei minhas coisas no quarto e fui ao seu abraço sempre afetuoso. Me retribuiu o carinho e lançou a seguinte frase:
“Estou terminando de assistir esse desenho, depois vou descer porque o segredo do skate é a prática!”
Senti com força o amadurecimento instantâneo de meu, já não tão, pequeno.
Está crescendo e se tornando cada vez mais independente.
Talvez eu deva fazer o mesmo...