sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Entre o Homem e a Natureza, em 04/02/10
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
extremos
Estou entre a luz e a sombra. Posso ver ambas e incansavelmente mergulho em suas entranhas. Cada vez mais profundo sinto as duas me envolverem em sua hora, mas posso ser sensata e não vendar meus olhos por detrás da janela. Não os deixo cair, quero sempre ver a outra a cantarolar do lado de lá canções de acordar ou dormir.. E sinto este sangue que corre agora dentro da minha pele a arrepiar todo o meu corpo levemente nessas linhas em que jorram os meus dedos alterados pelo êxito de subir bem alto e descer bem longe em terras estranhas, sombrias e perigosas. Dentro da terra o movimento é de alta periculosidade... E as folhas desse quintal dançando ao som do canto do vento e das vozes dos meninos alternam seus verdes ao brilho da luz da varanda. Sim. Daqui eu posso ver, posso sentir o vento de gostoso frio que abre a cortina dos meus cachos dourados do Sol, da luz-Mor. E quando lá de baixo posso ver... Então e finalmente quando lá, lá de baixo posso ver todas as luzes que cercam o alto gigante e circunferente, eis que surge um guindaste e me transporta intensamente ao andar superior. Nesse caminho posso sentir o poder da variação diamésica entre o meu corpo, meu ser, e minhas mãos. Externo com auxílio luxuoso da caneta e do papel. |
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Lembranças ao Meu Primo Rafa
Meu primo Rafa...
O meu primo Rafa cresceu juntinho comigo.
Morávamos na mesma rua e tínhamos quase a mesma idade.
O meu Primo Rafa tinha “sardinhas” no rosto iguais as da minha irmã Lua.
Observando similaridades físicas entre os membros da nossa vasta família, sempre associei Rafa a Lua. E olha que nesse negócio de parentes posso afirmar que somos uma Grande Família.
Posso afirmar também que o Rafa foi um dos primos com quem dividi momentos mais alegres em certas fases da minha infância e pré-puberdade. Ele tinha aulas de reforço escolar com minha mãe e minha irmã; o danado enrolava mais que estudava... Eu já me divertia com suas piadas...
O sorriso do meu primo Rafa é a primeira imagem que me vem à cabeça quando lembro dele. Um sorriso desconsertado, nariz enrugado, olhos bem fechadinhos e ombros se balançando com o soluçar da sua risada.
O meu primo Rafa ria parecendo soluçar...
Quando éramos crianças, num dia de carnaval eu me fantasiei de “careta” (tradição que ainda sobrevive entre os meninos de Tubarão) e saí pela rua assustando as outras crianças. Nesse dia o Rafa não se fantasiou.
Sacrista! Me dedurou para todo mundo e eu fiquei tão enfurecida que lancei uma mangueira de látex em seu pé esquerdo.
Eu também não era fácil, sei disso...
O coitado era tão branquinho que seu pé passava de tomate maduro fácil fácil.
Frustrada voltei para casa e desisti de sair outra vez.
Minha tia, avó do Rafa, chamou minha atenção. Ele lhe contara o ocorrido.
Acho que ele não teve coragem de dar o troco; penso que o Rafa não bateria em mim...
O meu primo Rafa fez uma viagem e não mais voltou... Antes de ir ele fez umas bagunças por aqui. Deu uma baita dor de cabeça àqueles que o amavam. Fazia parte da sua trajetória, gente... Paciência sempre...
Desde o dia que lembrei do Rafa recentemente pensei em escrever algo sobre o meu primo. Documentar o menino alegre, companheiro, engraçado com seus quatro olhos... Dois deles o apelidaram de “olhão” e “zoião” lá na nossa rua...
O Rafa se foi... O Rafa ficou.
Se foi o jovem que errou.
Ficou o menino que encantou...
É assim que lembro do meu primo Rafa.
10/10/2009