sexta-feira, 26 de julho de 2013

ritual sexual




O olhar alumiou
e o sorriso disse sim
àquela voz que cantou

ele não é preto e nem marrom
é quase da minha cor;
 nossos movimentos revelam
 onde tudo começou.

Dançamos sem música
a canção do amor
da fertilidade, da sensualidade
o ritual perdido por séculos de ilusão

tomou minha mão
acariciou
tocaram meu corpo suas mãos
calejadas de canção

aquele lugar sumiu;
desapareceu na cor da noite
no sussurro da vela apagamos
e nos vestimos de amor

quando os olhos abri
já não era ele
talvez nem fosse eu
era o nascer (espi)ritual

não seria aquele dia
mas a fresta da janela que irradia
anunciou a cerimônia
que por si se fez

nos amamos sem meta
sem alvo e sem fim
de janelas abertas
recebemos o prazer


agora sei
onde quando e por que mudei;

sem entrega não há transa
não há perdas ou danos
no tempo precioso

meu corpo é um templo
meu sexo sagrado
me entrego em matéria
ao amor sacramentado

é ancestral
é ritual
uau...

 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

meu presente é você


Somos baianos
 e somos jovens;
e ainda que não tão jovens
somos novos, sempre novos
sempre novos baianos.
Nossas tardes dizem
nossos pensamentos compartilhados
o dia nascendo, sempre bom e tão diferente;
sorrir, descontraídos
regados de boa música
a música que nós somos
que fala de nós
de nossos pais;
gargalhadas, rituais
escutar...
dançar...
cantar...
amar...
compartilhar a maior glória que a vida nos dá:
o presente. instante em que tudo pode acontecer.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

acredite se quiser

eles dizem que não sei
que sou crente demais
até falam em fanatismo

pois vou lhes dizer:
de fato não sei
e nem quero saber

o que sinto me diz mais; 
quando o silêncio pede a vez
os gritos perdem a voz

e nem gosto tanto assim
dos gritos;
mas se for de feliz... 

eu grito, eu sigo, eu sinto
eu sou, estou, e vou
para onde o infinito for

onde a volta se faz ida
e escorre pelo mundo

a doida filha querida






segunda-feira, 1 de julho de 2013

O CHAMADO PARA A REVOLUÇÃO.

foto: Afronaz Kauberdianuz

Um sentimento de unidade se alastrou pela cidade. Logo tomou conta de um país que parecia dormir. Nesta hora ignoramos as nossas cores, profissões e conquistas sociais e fomos às ruas para dizer: AS COISAS NÃO ESTÃO BEM!  

Fomos exigir nossos direitos, o mínimo possível de dignidade enquanto cidadãos que pagam seus impostos e precisam de retorno para esses investimentos. Nós somos os cidadãos pacíficos saturados de tanta passividade. Nós somos aqueles que disseram BASTA!

Neste processo de manifestação, alguns cidadãos certamente muito revoltados e despreparados para o manifesto discursivo, tiraram proveito da situação, agindo contra o nosso patrimônio.

Nós, manifestantes legais, não fazemos parte disso e não concordamos. Não viemos promover batalhas sangrentas, como em outros momentos da história. Vivemos outro momento e temos em nosso favor uma rede de informação onde veiculamos (compartilhando e curtindo) nossos sentimentos comuns. UMA SÓ VOZ!

Mas será que em nosso dia-a-dia, AGIMOS COMO UM? Ou fomos para as ruas apenas como contingente para gritos de guerra?
(...)
É hora de pensar unidade como toda reunião entre duas ou mais pessoas. 
Na sua família, há uma unidade de interesses ou cada um cuida de si? Na turma da escola ou faculdade, estão todos visando os benefícios do coletivo associados aos individuais, ou cada um cuida de si? E no bairro, na empresa, na cidade, no estado, no país?
Uma comunidade reúne interesses, direitos e deveres comuns às unidades que representa.

Passado o orgasmo da revolução, deitemos a cabeça no travesseiro sem a sensação de que acabou. Nossa relação patriótica não pode ser semelhante à atual banalização sexual, que tornam efêmeras as relações a dois.

Já fomos às ruas, já gritamos, nos articulamos, reunimos e mostramos que nós conduzimos essa nação e faremos revolução sempre que estiverem em débitos conosco. Eles já sabem do nosso poder e autonomia.

A REVOLUÇÃO COMEÇA AGORA! 
Propomos mudanças, e elas acontecerão. É óbvio que não será exatamente como cada um deseja, mas está acontecendo e medidas continuarão a ser tomadas por trás das bancadas políticas. "Quem imaginou?"

ENQUANTO ISSO...
A Revolução é una, mas o objetivo continua sendo comum. É hora de fazer revolução progressiva com muita educação e exemplo. Cada beija-flor carregando seu tantinho de água para apagar o incêndio da floresta. Nossa comunidade é formada por bons advogados, médicos, artistas, professores e outras classes profissionais. E foi emocionante ver cada um colaborando para o BEM DE TODOS!

SOMOS BRASILEIROS! E vamos manter esse discurso em nosso dia-a-dia, transmitindo àqueles que vivem à deriva da comunidade.

É HORA DO DEVER DE CASA, E TODO DIA TEM LIÇÃO!

Quem imaginou que essa união seria possível? Mas aconteceu. Mostramos que estamos juntos e temos necessidades e desejos comuns para a nossa cidade, estado, país. 
SÃO NOSSOS DIREITOS!

E os deveres? Onde ficam nessa história? Como vamos exigir que o sistema faça a sua parte, se não fizermos, cada um, a sua?
É preciso continuar juntos, cuidando, protegendo, escutando, auxiliando, informando... Fomos às ruas falar de política. Vamos manter esses diálogos nas escolas, nas praças, nos bares, botecos, nas confraternizações de família. 

Agora que engrenamos, vamos manter a constância porque esses acontecimentos mostram que estamos vivendo a ERA DA COMUNICAÇÃO! Então, aqueles que são mais articulados neste sentido, precisam propor diálogos, levantar questões e não deixar a mídia ocupar novamente as nossas mentes com assuntos supérfluos que nos mantém à deriva do nosso sistema. 
NÓS SOMOS PARTE DO SISTEMA!

ESSE É O CHAMADO! Vamos acordar para o bem comum todos os dias, para que não se perca o sentido de Unidade e Comunidade. Cada um que está aqui é um pouquinho de Brasil. Somos um país.

A receita é muito simples e somos desafiados o tempo inteiro pela honestidade, pelo caráter, pela gentileza... A resposta para tudo isso está dentro de nós, em um canto expansivo chamado consciência.

Precisamos manter essa consciência coletiva. Se eu tiro do meu irmão, pensando em interesses particulares meus, estou rompendo a corrente da comunidade. Se eu colaboro com ele, estou fortalecendo a nossa corrente e aumentando o nosso poder de articulação.
E o melhor de tudo é que não precisamos de polícia para nos punir, a consciência é uma lâmpada acesa sobre o arquivo vivo de nossas mentes.

E a reflexão é simples: Se é bom para mim, não prejudica o irmão e fortalece a comunidade, posso seguir. Caso haja impasse em um dos três pontos, consulta-se novamente o arquivo vivo até encontrar uma solução viável e menos agressiva ao todo. 
A PRÁTICA APRIMORA OS SABERES.

Então, cidadãos brasileiros, irmãos em pátria, vamos ocupar nossas casas, bairros, cidades e país com amor e consciência? Vamos tentar estrangular aquele “jeitinho brasileiro” que quer resolver tudo com oportunismo? Vamos ser para nossos companheiros, amigos e desconhecidos o que desejamos que eles sejam para nós? Vamos manter a corrente ainda mais forte e se as mudanças que propomos ao nosso sistema não forem suficientes, vamos gritar novamente porque O POVO ACORDOU!

E não pode mais dormir! A luta continua em cada guerreiro de nosso país! É um trabalho contínuo como educar nossos filhos, como manter as nossas famílias, nossos empregos. Vamos respeitar uns aos outros e exigir respeito para o nosso povo que trabalha, trabalha e trabalha por um país que é seu.

AGORA QUE CHEGAMOS AQUI, NÃO VAMOS DEIXAR A CORRENTE ROMPER!!