quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Tempo-gira



 Agô! Malembe! Bandagira! Saravá!

Quanto sangue escorre entre a vida e a morte?

“Na minha aldeia gira sol e também a lua. Que tempo é esse, meu Deus?”

Ah, mulher...

Mulher corpo corpa cores corre escorre escorrega

Senta brinca no chão do terreiro

Pila pilão

Pisa pé firmado de leveza

Amassa o barro massapê

Escorre escorrega corre

Cai não cai

Canta Iaô  Kota Mametu Cacica

Canta praia canta folha canta tudo

Larga o doce que é seu

É mel

É meu

É minha história

E na minha natureza, essa história conto eu

Folha fresca

Folha seca

Bate folha

Pisa chão vento avoa

Reza ri

Benze banho tempo

Banzo água agora

Saudade. Quem sabe da minha sou eu

 

Quantos tempos cabem neste agora?

 

 

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