quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Revelações do Universo.


No réveillon desse ano estava eu no camping em Massarandupió. Minhas amigas tinham ido à praia depois dos fogos na praça do pequeno vilarejo da única praia baiana naturista que conheço. Aonde adoro ir.

Pólen quis voltar para dormir no acampamento, e só depois, sozinha - com uma garrafa de champagne, uma seleção musical minha, um céu sobre árvores e um imenso refletor-satélite-natural, iluminando toda a exuberância com o auxílio luxuoso do deus da luz: o Sol – percebi a missão do meu filho em retornar para um lugar pouco provável naquela noite de festa.

Normalmente passo de um ano para outro com ele e vivo momentos celestiais por conta de decisões suas, acatadas por mim para atender ao desejo do meu fiel companheiro, meu anjo, como aconteceu de 2009 para 2010.

Depois da contagem regressiva, dos abraços trocados e elevação com o mantra na praça do Vale do Capão, ele me arrastou da vila para o camping antes de todos. Como no primeiro momento em Massarandupió, fiquei um pouco contrariada, mas o hábito de ouvir e obedecer com tranquilidade ao Universo me vem de datas anteriores e sempre me confortam em todas as mensagens reveladas depois. Os filhos são mediadores das mensagens de Deus. E eu aprendi a compreender Deus quando comecei a escutá-Lo.

Pois, voltando da vila no Capão, meu corpo sentia uma energia tão forte em volta da pele, como se fosse uma camada de proteção ao escandaloso frio que me sugeriu proteger Pólen, lhe emprestando o meu casaco, deixando só o vestido de algodão e manga curta sobre meu corpo. Só me dei conta daquele frio depois que cheguei lá em “Nenel” e ouvi o céu desabar em tempestade, e no dia seguinte quando os que ficaram na praça me contaram as “devastações” daquela noite gelada e encharcada.

Pólen me levou de volta ao nosso quarto naquela noite como mediador de uma proteção, mas essa não foi a única revelação, e de longe a principal mensagem daquele portal do calendário humano.

A lua me hipnotizara no caminho de tal maneira a ignorar o frio daqueles dez minutos, na larga e escura trilha da vila até “Nenel”. Nada me tocava além dela, soberana lá no céu. Minha mãe.

Minha mão segurava Pólen e todo o resto estava lá no alto, junto dela. Talvez dentro, talvez em cima, talvez fossemos naquele instante, novamente, apenas uma. Inesquecíveis as primeiras horas de 2010, como em 2012...

Hoje, mais amiga do tempo, folheio meu caderno de memória com as mensagens de ano novo tão claras quanto misteriosas. Claras pelo que já me revelaram, misteriosas por saber que estou num ciclo-mor em que descobertas não se findam.

O novo ano dizia que a filha do universo viveria um 2010 violento como aquele frio do Vale, mas estaria protegida pelo manto da lua, da Mãe. Viveria na escuridão, mas teria Sua luz a guiar todas as noites. Ela estaria sempre ali, assim como as folhas que fechavam a trilha. Se não soubesse apreciar o escuro da noite e acreditar no seu verdejar amanhecer, me sentiria perdida, como de fato aconteceu por diversos momentos desse histórico ano de redenção. Mas o vento me revelaria fruto da terra, da floresta, do sol e da lua.

Em março, o mato das dunas de Natal me presenteia com uma visita tão clara quanto misteriosa: O encontro com uma cobra verde-cinza, logo depois de contemplar o nascer do sol dentro da reserva do farol de Mãe Luiza, me diria algo tão surpreendente quanto tranquilizador. A paternidade do infinito Criador era cada vez mais intensificada em mim.

O ano de 2010 foi profetizado em seu nascimento, assim como 2012, quando estava ali naquela esteira com a noite, eu e ela abraçadas pelo Mundo. “Encontrará consigo mesma e será um encontro sublime. Quando menos esperar, onde menos esperar: Se encontrará... A música lhe trará o prazer da dança, o bailado divino. O silêncio será seu forte aliado a partir dessa jornada e a solidão sua melhor companhia, pois nela se encontrará Comigo, cada vez mais disciplinada, cada vez mais firme, cada vez mais filha.” Deus, através de Pólen e das primeiras horas de 2012, me revelara.

E se houve a realização? Sim. Em 2012 me reencontrei no outro. Me reencontrei no sagrado, no divino. Me reencontrei na natureza, nas minhas origens de terra, na terra e pela Terra. Me reencontrei no amor e me reconheci.

Conhecimentos tão claros quanto misteriosos...

Obediente, eu sigo no caminho da redenção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O que pensou ao ler esse texto? Comente aqui: