terça-feira, 29 de agosto de 2017

Naufrágio na Baía


Hoje um tanto de gente procurou por mim quando soube da tragédia na Baía que atravessei quase diariamente por dois anos, que ainda me permite atravessar vez ou outra, por seu espelho d'água, para beber águas que fortalecem. 
Não quis me manifestar até ter a certeza de que tod@ minha gente estava viva. Ch-orando agora por todas as vidas que escrevem essa história triste da nossa Baía. 
Mais dor, no entanto, sinto por ver a vida valendo tão pouco nas mãos do homem, este bicho destruidor que negocia destinos, pensando saber do mar mais que a dona das águas e a dona dos ventos.
É meu coração batendo forte, meu corpo tremendo... agora vou fazer samba de roda em Tubarão, lado de cá da Baía. Samba ritual que celebra a vida e a morte,círculo sagrado que cura e liberta.
Vai ter um minuto de silêncio e outros tantos de toque e canto, celebrando a ida, a vinda, as vidas que nós somos. Que fomos e que podemos ser.
É roda de amor, de lamento, de passagem. De doer e aliviar a dor.
O samba de roda é celebração da eternidade. Presente passado e futuro. Aiyê Orun. Todo lugar.
Respeitem as vidas e águas da Baía.

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