terça-feira, 29 de agosto de 2017

Agosto

Lá dentro bem dentro eu sinto de longe a dor partir. No centro, escuro e silencioso centro, a cura começa a alumiar. É lá que é de verdade.
A dor há e haverá para todo o sempre desta carne nada perene.
Falo da eternidade. Onde me vejo, onde tu pode me ver.

Lá centro bem centro eu sinto um vrrrrr que vai tomando o caminho das extremidades. Lá no ponto mais profundo das tripas tudo é longe, a escuridão é clara e o silêncio é um orgasmo múltiplo.
A dor há. É tanto que a carne fere.
O espírito no entanto é leve. Ele até mergulha mas é para aprender voar. E quanto mais profunda a luz, mais alta a escuridão. Assim se cresce.

Sê poesia nestes lugares de tanta dor. Que a alma possa degustar o presente deste corpo, porque a carne é um sopro.
Êta força de agosto.
Máximo respeito. No mais, só gratidão.

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