O olhar alumiou
e o sorriso disse sim
àquela voz que cantou
ele não é preto e nem marrom
é quase da minha cor;
nossos movimentos revelam
onde tudo começou.
Dançamos sem música
a canção do amor
da fertilidade, da sensualidade
o ritual perdido por séculos de ilusão
tomou minha mão
acariciou
tocaram meu corpo suas mãos
calejadas de canção
aquele lugar sumiu;
desapareceu na cor da noite
no sussurro da vela apagamos
e nos vestimos de amor
quando os olhos abri
já não era ele
talvez nem fosse eu
era o nascer (espi)ritual
não seria aquele dia
mas a fresta da janela que irradia
anunciou a cerimônia
que por si se fez
nos amamos sem meta
sem alvo e sem fim
de janelas abertas
recebemos o prazer
agora sei
onde quando e por que mudei;
sem entrega não há transa
não há perdas ou danos
no tempo precioso
meu corpo é um templo
meu sexo sagrado
me entrego em matéria
ao amor sacramentado
é ancestral
é ritual
uau...
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