sexta-feira, 26 de julho de 2013

ritual sexual




O olhar alumiou
e o sorriso disse sim
àquela voz que cantou

ele não é preto e nem marrom
é quase da minha cor;
 nossos movimentos revelam
 onde tudo começou.

Dançamos sem música
a canção do amor
da fertilidade, da sensualidade
o ritual perdido por séculos de ilusão

tomou minha mão
acariciou
tocaram meu corpo suas mãos
calejadas de canção

aquele lugar sumiu;
desapareceu na cor da noite
no sussurro da vela apagamos
e nos vestimos de amor

quando os olhos abri
já não era ele
talvez nem fosse eu
era o nascer (espi)ritual

não seria aquele dia
mas a fresta da janela que irradia
anunciou a cerimônia
que por si se fez

nos amamos sem meta
sem alvo e sem fim
de janelas abertas
recebemos o prazer


agora sei
onde quando e por que mudei;

sem entrega não há transa
não há perdas ou danos
no tempo precioso

meu corpo é um templo
meu sexo sagrado
me entrego em matéria
ao amor sacramentado

é ancestral
é ritual
uau...

 

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